Horário comercial de trabalho chegando ao fim

Qua, 16 de Novembro de 2011 00:00 Redação (metaAnálise)

Cerca de 40% dos profissionais no Brasil trabalham de nove a 11 horas por dia e ainda levam serviço para casa.

Mais da metade dos profissionais no Brasil trabalham além das oito horas por dia e mais de 40% levam trabalho para concluir em casa regularmente. Essa evidência do horário estendido é demonstrada pela pesquisa global da Regus, fornecedora de locais de trabalho flexíveis, e reflete  a opinião de mais de 12 mil profissionais em 85 países. A pressão por resultados influencia no aumento do número de horas de trabalho nos últimos anos. Isso ocorre devido à lenta recuperação da economia nos países desenvolvidos e, por outro lado, devido ao rápido crescimento dos países emergentes.

Os principais resultados mostram que cerca de 40% dos profissionais no Brasil trabalham de nove a 11 horas por dia. No restante do mundo esse percentual é de 38%. Enquanto 17% dos profissionais no Brasil trabalham mais de onze horas por dia regularmente, apenas 10% fazem isso em outros países. No Brasil, 46% dos profissionais levam trabalho para terminar em casa, mais de três vezes por semana, no comparativo com o índice de 43% global.

Profissionais remotos em todo o mundo estão mais propensos a trabalharem 11 horas por dia (14%) do que os funcionários em escritórios fixos (6%), e também de levarem trabalho para casa, com 59%, contra 26% dentre aqueles que trabalham em locais fixos.

De forma semelhante, os profissionais remotos no Brasil (59%) levam trabalho para casa com mais frequência do que os funcionários com local de trabalho fixo (22%). Os profissionais do sexo masculino no Brasil (20%) têm quatro vezes mais chances de trabalharem 11 horas por dia do que as mulheres (4%).

“Este estudo mostra que existe uma  indefinição entre os limites  do trabalho e a vida pessoal, em casa. No Brasil, onde o problema do estresse relacionado à pressão por resultados está crescendo, os efeitos a longo prazo desse excesso de trabalho podem prejudicar tanto a saúde do profissional como a sua produtividade, já que os próprios funcionários exigem demais de si mesmos e ficam frustrados, depressivos e até mesmo fisicamente doentes”, considera Guilherme Ribeiro, diretor geral da Regus no Brasil.

“As mulheres parecem estar menos propensas a trabalharem mais horas por dia, provavelmente porque há mais chances de trabalharem meio período. Por outro lado, colaboradoras de pequenas empresas geralmente trabalham mais horas por dia do que funcionárias de grandes corporações”, acrescenta Ribeiro.

A pesquisa revelou ainda que funcionários remotos e móveis geralmente trabalham mais horas por dia, e há cada vez mais evidências sugerindo que os funcionários remotos têm uma maior satisfação com o resultado do seu trabalho e apresentam níveis menores de estresse. De modo geral, esses profissionais passam menos tempo se locomovendo de um local para outro. “As empresas que possibilitam aos seus funcionários trabalharem mais perto de casa e administrarem seu tempo com maior independência irão conseguir uma diminuição do estresse; e com isso ganharão uma equipe mais produtiva, comprometida e saudável”, conclui Ribeiro.