João Villaverde, de São Paulo
    05/02/2010

Esse foi o segundo período consecutivo de forte recuperação do investimento na economia após a crise internacional

Os investimentos na ampliação da capacidade produtiva continuaram firmes nos últimos meses de 2009. Entre o terceiro e o quarto trimestres do ano passado, o consumo interno de máquinas e equipamentos cresceu 18%, segundo cálculos do Departamento de Pesquisas Econômicas do Bradesco, que considera a produção local vendida no mercado doméstico e a importação de bens de capital. Esse foi o segundo período consecutivo de forte recuperação do investimento na economia após a crise internacional – do segundo para o terceiro trimestres, esse indicador registrou alta de 6,5% no Produto Interno Bruto (PIB). Apesar da recuperação no fim do ano, o consumo aparente de máquinas pelas empresas caiu 11,5% em relação a 2008.

Para 2010, os analistas esperam uma forte alta da demanda interna por bens de capital. O consumo aparente de máquinas e equipamentos deve crescer cerca de 30%, contribuindo para que os investimentos totais na economia aumentem mais de 20% sobre o realizado no ano passado. Na conta final do investimento também entram os projetos de infraestrutura e construção civil.

A retomada da demanda por máquinas e equipamentos está ajudando tanto a produção local como a importação. No último trimestre, os fabricantes nacionais elevaram a produção em 13,3% em relação aos três meses anteriores, segundo dados do IBGE, enquanto as importações cresceram 16,7% na mesma comparação, descontados os efeitos sazonais.

Para Douglas Uemura, economista da LCA Consultores, a produção de bens de capital já percorreu “três quartos do caminho de volta aos níveis anteriores à crise”. A produção de máquinas e equipamentos foi bastante prejudicada pela crise internacional. Caiu 31,4% entre outubro de 2008 e março de 2009 – mais que o dobro do conjunto da indústria. Nos três últimos trimestres do ano, no entanto, as fábricas ampliaram a produção em 29,3%.

Os empresários também aproveitaram os preços dos bens de capital para reforçar os investimentos. No quarto trimestre, o preço de importação desses produtos ficou 2,7% menor, em dólar, do que em igual período de 2008.