Poder de compra de brasileiro cai em ranking global apesar do avanço dos salários

Valorização do real e inflação elevaram custo de vida em Rio e São Paulo, segundo relatório do banco UBS

17 de agosto de 2011 | 8h 25

Um relatório do banco suíço UBS avaliando o custo de vida em 73 cidades do mundo indicou que o poder de compra dos habitantes de Rio e São Paulo vem caindo nos últimos cinco anos, apesar do avanço dos salários.

A valorização do real, o aquecimento da atividade econômica e a inflação fizeram com que o custo de vida nas duas megacidades brasileiras, que há cinco anos equivalia a pouco mais da metade do de Nova York, chegasse a 74% e 69% do da metrópole americana, indica a pesquisa.

Excluindo-se os valores de aluguel, o custo de vida em São Paulo já é praticamente equivalente (97%) ao nova-iorquino, revelou a pesquisa.

Entre 2006 e 2011, o nível de salários de São Paulo passou de 24% para 39% do nível nova-iorquino, enquanto o do Rio aumentou de 19% para 34% na mesma comparação.

Mas este avanço não foi suficiente para evitar que as duas metrópoles brasileiras caíssem no ranking do banco do poder de compra doméstico.

Em 2006, São Paulo e Rio ocupavam, respectivamente, as posições número 42 e 52 do ranking de poder de compra nos países analisados pelo UBS.

Em 2011, as duas cidades caíram para os lugares número 54 e 58.

Custo de vida

O relatório “Preços e Salários” leva em conta uma cesta de 122 produtos e serviços variados, como moradia, alimentação, transporte (público e privado, incluindo manutenção de veículos), roupas, artigos domésticos e até corte de cabelo.

Os cálculos relativos a 2011 foram realizados com base nos preços de 2009, ajustados de acordo com a inflação, o crescimento do PIB e as taxa de câmbio. Um novo levantamento de preços será feito para o relatório do ano que vem.

Segundo o estudo, assim como vem ocorrendo no Brasil, a valorização das moedas nacionais frente ao dólar tem encarecido os custos de vida em várias cidades do mundo, em particular australianas e suíças.

As cidades mais caras para se viver, por ordem no ranking, são Oslo, Zurique, Genebra, Copenhague, Estocolmo, Tóquio, Sydney e Helsinque.

São Paulo e Rio ficaram, respectivamente, nas posições 19 e 26 das cidades mais caras do ranking do banco UBS.