Em recuperação judicial, rede de farmácias suspende o funcionamento de 217 lojas
Grupo paralisou as atividades das redes de farmácias Santana e Big Ben, na Bahia, no Pará e em Pernambuco
Em recuperação judicial desde janeiro, a BR Pharma, uma das maiores redes de farmácias do país, suspendeu o funcionamento de 217 lojas das bandeiras Santana e Big Ben localizadas na Bahia, no Pará e em Pernambuco. As unidades iniciaram o mês de fevereiro de portas fechadas e, segundo os sindicatos da região, centenas de funcionários foram demitidos.
O grupo informou que suspendeu o funcionamento de 53 lojas no estado da Bahia, 100 no Pará e 64 em Pernambuco das bandeiras Santana e Big Ben. Em Pernambuco, o sindicato dos farmacêuticos da região (Sinfarpe) estima que mais de 200 profissionais foram demitidos. A empresa não detalhou o número de profissionais afetados com a medida, nem se eles serão demitidos. As lojas continuam sem funcionar até que a companhia tenha o seu plano de recuperação judicial aprovado. Os contratos de locação permanecem vigentes.
A BR Pharma entrou com pedido de recuperação judicial no dia 10 de janeiro, o maior de uma rede varejista no país, após acumular dívidas de R$ 1,2 bilhão, a maior parte com o BTG Pactual, banco que fundou o grupo e depois o vendeu por um valor simbólico, se tornando o maior credor da companhia. Um dia depois, o juiz Marcelo Barbosa Sacramone, da 2.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de SP, aceitou o pedido. O grupo tem até o fim da primeira quinzena de abril para apresentar um plano para pagar suas dívidas e recuperar seu negócio.
Ao comunicar a suspensão da operação de 217 lojas, a BR Pharma afirmou que a medida “encontra-se em linha com as estratégias para redução de despesas, estudo de novas formas de captação de recursos, aprimoramento e busca de alternativas de readequação do capital de giro, bem como com a retomada de investimentos”.
O grupo de redes de farmácias, o sexto maior do país em faturamento, é dono das drogarias Farmais, Santana, Rosário e Big Ben e tem 88 lojas próprias , 430 franquias e emprega 4,5 mil pessoas. A companhia tem dívidas de R$ 1,2 bilhão com mais de 15 mil credores, sendo o principal o BTG, que tem R$ 984,3 milhões a receber.
Gazeta do Povo