Como atrair a atenção para captar investimentos externos

Introdução

Há uns oito anos, percebi que abrimos a comporta do consumo individual focado não no aumento da renda mas, no aumento do endividamento.

A ilusão causou um verdadeiro frisson na população, que há tanto tempo sonhava com produtos até então impossíveis de serem adquiridos, que o desembolso de pequenas quantias mensais foi causando a alegria pelo ter – possuir.

Com o passar do tempo, percebendo que a inflação estava contida, que os aumentos de preços eram esporádicos, a população vislumbrou nesse processo “a luz no fim do túnel”.

Com o crédito farto, viu-se muita gente com vários cartões de crédito, várias contas em vários bancos e outras formas de obter recursos para tornar os sonhos realidade.

Hoje, acredito que essa euforia tenha se reduzido porque as pessoas não têm mais de onde tirar os pequenos valores de seu orçamento, já que ele está todo comprometido com os gastos realizados. Não é incomum notícias sobre grandes liquidações, onde as pessoas adquirem bens, vestuário, etc. somente por estarem com preços baixos; sem previsão de utilização efetiva ou necessária.

A economia desacelerou porque o consumo atingiu o seu limite, e não a curto prazo mas, sim por uns dois anos mais, pelo menos. Até que a população restaure as possibilidades de compra.

A Construção Civil produziu bastante para atender a demanda carente, via financiamento habitacional, só que as oscilações econômicas não garantem a estabilidade no emprego e o que poderá ser visto adiante, poderá ser uma inadimplência acentuada.

Outro produto que causou grande agitação para a aquisição, foram os automóveis que, apesar do valor embutir elevados impostos, também foram oferecidos a longo prazo. Uma pena que muitos, em seus delírios consumistas, esqueceram que valores para manutenção devem ser previstos e que a parcela da prestação não é a única saída de dinheiro do salário mensal.


Planejamento Eficiente é a chave para a evolução.

A mim sempre esteve claro que, apesar das graves crises externas, o capital retornaria aos locais onde o risco é menor, embora o retorno sobre o investimento também possa ser.

Abrimos as portas para receber o capital externo mas, não estávamos, e ainda não estamos preparados para contê-lo em nossa nação. E é claro que o investidor deseja retorno atraente mas, com o mínimo risco. Um risco que seja mensurável e que possa ser previsto em uma oscilação projetada.

Eu desejo muito sucesso à nossa Presidenta, no convencimento de que nós possamos atrair capital para realizar e sustentar o nosso crescimento, mas questiono:

  • Como poderemos atraí-los, se ainda não completamos o nosso ciclo de evolução  conjuntural?
  • Qual a segurança que poderemos lhes oferecer, se o nosso sistema judiciário ainda necessita de muito labor para se tornar totalmente eficiente?
  • Qual a garantia que eles terão para investir e obter retorno sobre os recursos alocados, o ambiente seria promissor?
  • Qual a projeção de melhora no poder aquisitivo da população, se focarmos o valor do salário mínimo (Janeiro 2014  – R$724,00) em comparação com os estudos do DIEESE, que consideram o conjunto de parâmetros reais da razão da sua existência (em R$ 2.765,44 – dezembro/2013). O Espaço é grande, ainda falta – R$ 2.041,44, em cada mês, ou seja,  281,97 % , para que as pessoas possam ter uma vida digna, mesmo olhando para aqueles menos favorecidos. Em quanto tempo isso ocorrerá?;
  • Quantas siglas partidárias ainda precisarão existir para que o sistema político possa evoluir para o seu objetivo principal, ou seja, a evolução da nação?;
  • Como padronizar a evolução das cidades da nossa nação, para que sistematicamente não ocorram catástrofes, desabamentos, estradas ineficientes, acessos inoperantes, falta de saneamento básico, hospitais, médicos?;
  • Como tornar as prefeituras municipais mais eficientes, seguindo planos estabelecidos para 20 ou 30 anos; cobrando o iptu, que deveria ser mensal – divulgado no início do ultimo mes do ano anterior – junto com a conta de energia elétrica e da água (assim se tentaria evitar que uns pagassem pelos outros);
  • Em quais cidades o sistema de comunicações (telefonia, acesso à banda larga, etc.) funciona adequadamente? Quantas são aquelas onde não funcionam ou deixam a desejar? É obrigatória a renovação por equipamentos modernos, quando se outorgam as concessões? Em que prazo? Temos orgãos reguladores mas, e os fiscalizadores?;
  • Como apenar melhor a vasta população carcerária? Onde estão as Colônias Penais Agrícolas? Como o preso poderia contribuir compulsoriamente com o seu trabalho, e receber por isso em uma conta poupança a ser utilizada quando de sua saída, ou ainda sustentar/ajudar a sua família? Quantos tipos de ocupações eles poderiam ter em vez de permanecerem quase imóveis em seus cárceres minúsculos? (Creio que a privação da liberdade poderia ser direcionada para algo útil);
  •  Será que os Políticos são Administradores? Quais as provas que o nosso sistema solicita para que haja eficiência? Por que tantas promessas não cumpridas? Não é aqui também que faz falta o Planejamento Eficiente?
  • Qual o mecanismo que deveria ser criado para que pudéssemos importar sucessos já testados em outras nações e acelerar o nosso desenvolvimento?;

O caminho a percorrer ainda é longo, as nossas dimensões continentais nos forçam ainda mais ao Planejamento Eficiente. Vamos começar logo, depurar o que não serve mais, e ir avante.

Sérgio Siqueira – BS2 Consulting