Gigantes do setor saem de fininho (Gazeta do Povo)
Grandes construtoras e incorporadoras, principalmente as de capital aberto, liquidam estoques e reduzem atuação em Curitiba
Depois de chegarem a Curitiba e praticamente dobrarem o número de lançamentos por ano, as principais construtoras do país estão reduzindo drasticamente o número de novos empreendimentos ou até mesmo encerrando suas atividades na cidade. A saída é marcada por uma onda de feirões e liquidações do estoque existente, com descontos de até um terço do valor original do imóvel.
A debandada atinge principalmente as gigantes de capital aberto do ramo, que realizaram seus planos de expansão pelo país em 2009 e agora recuam com a desaceleração do mercado imobiliário de baixa renda. “O mercado imobiliário voltou a sua origem. Reelegeu os empreendimentos de média e alta renda como foco principal dos seus negócios, sobretudo em São Paulo, saindo de outros mercados que tiveram muito mais lançamentos do que a cidade era capaz de absorver”, afirma o professor do núcleo de Real Estate da USP, Cláudio Tavares Alencar. Curitiba é um exemplo disso. A Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Paraná (Ademi-PR) estima que 11 mil unidades estejam nas mãos das incorporadoras e construtoras, enquanto a demanda não passa de 6 mil.
Em seus relatórios para os investidores,
as empresas admitem a desaceleração e saída de alguns mercados. Entre elas, a Tenda não tem previsão de lançamentos em Curitiba – em São Paulo, o ano da construtora foi marcado pela retomada de novos negócios. A PDG, que lançou 40% menos em todo o Brasil no ano, suspendeu dois de seus plantões de venda na cidade. A Rossi, que chegou a Curitiba na mesma época, conta com um lançamento em aberto desde o primeiro semestre e outro, de alto padrão, previsto para 2014. De acordo com o seu último balanço, a empresa planeja focar seus próximos empreendimentos em São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. “É natural que, depois de todas as empresas aproveitarem a demanda reprimida por imóveis por alguns anos, elas voltem para seus mercados e seus nichos de atuação tradicionais”, explica o diretor da Hafil Inc, Caio Napoli.