Ibovespa e as tendências
‘Novo’ Ibovespa terá mais ações de consumo e menos de construção
A Bolsa também vai retirar do índice ações que valem menos de R$ 1, o que afetaria diretamente a OGX
Os setores de consumo e financeiro são os que mais devem ganhar peso no Ibovespa com a nova metodologia anunciada pela Bolsa, segundo cálculos de bancos e corretoras. As ações ordinárias de grandes empresas como Petrobrás e Vale também terão peso maior no índice. Dessa forma, o desempenho do indicador reformulado deve refletir melhor o mercado de capitais brasileiro, de acordo com agentes do setor ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
O presidente da Bolsa, Edemir Pinto, disse que a mudança da metodologia foi “uma das decisões mais importantes e mais difíceis dos últimos 20 anos”. Ele reforçou que a Bolsa tem feito o trabalho ao longo de praticamente um ano e destacou que a crise nas empresas de Eike Batista não foi o que motivou as alterações.
Ainda assim, uma nova regra determina que ações classificadas como penny stocks (que valem menos de R$ 1) não poderão compor o índice, o que afeta diretamente os papéis da OGX, que fecharam o pregão de ontem negociados a R$ 0,39. A norma vale desde já. Ou seja, na próxima reavaliação, em 6 de janeiro, os papéis que não chegarem no valor mínimo de R$ 1 não serão elegíveis para compor o índice. Para se adequar à norma, a OGX, por exemplo, teria que fazer um agrupamento de ações.
Conforme as novas regras, os ativos serão ponderados pelo valor de mercado de seus papéis em circulação, sendo que a participação dos ativos de uma companhia no Ibovespa não poderá ser superior a 20%. Na metodologia vigente, o valor de mercado da empresa não tem peso no balanceamento da carteira, prevalecendo a liquidez.