Para obtermos um Planejamento Eficiente devemos estar preparados para estar planejando sob tom sombrio.
Tom sombrio impera nos mercados emergentes
Além disso, a recente queda das ações de mercados emergentes tornou algumas empresas baratas. Mowat prevê que as ações nas economias emergentes estão sendo negociadas a um desconto de 36% em relação a ações correspondentes nos EUA, comparado com uma média histórica de 20%. A previsão dele para o índice de mercados emergentes MSCI, uma referência para o mercado, é que ele feche o ano cerca de 28% acima dos níveis atuais. Entre as maiores apostas do J.P. Morgan estão a empresa de energia russa OAO Gazprom, OGZPY +1.92% o banco russo OAO SberbankSBRCY +2.50% e a montadora Hyundai Motor Co. 005380.SE +1.11% , da Coreia do Sul.
É justo dizer que Mowat é uma voz solitária num coro de pessimismo. Alguns especialistas, como Jay Pelosky, estão francamente apocalípticos. Pelosky, cuja empresa, J2Z Advisory LLC, administra um total de US$ 3 bilhões, realizou na semana passada uma teleconferência com clientes chamada: “A economia global roubou a derrota das garras da vitória” [uma inversão irônica da frase “roubar a vitória das garras da derrota”].
“As chances de uma recuperação global sincronizada foram liquidadas pelo que está acontecendo nos mercados emergentes”, diz Pelosky. “Os modelos de crescimento estão todos quebrados, sejam eles na Europa, nos EUA ou nos emergentes.” Na receita dele para sobreviver a esses tempos sombrios estão apostas a descoberto em petróleo, para lucrar com a esperada desaceleração no crescimento global, e a compra de ações de mineradoras de ouro e títulos de dívida de longo prazo de municípios dos EUA e do Tesouro.
Outros ainda não estão prontos para adotar uma postura completamente defensiva. Nas últimas semanas, Sara Zervos, chefe da equipe de dívida global da OppenheimerFunds, fez uma simples pergunta a si mesma: “Quem perdeu até os calções?” À medida que o tumulto se aprofundava, mais e mais países ficaram expostos e Zervos, cuja equipe administra mais de US$ 18 bilhões, desviou a mira de títulos de dívida pública para dívida corporativa. Ela acredita que investidores experientes possam encontrar boas oportunidades em empresas de mercados emergentes com alta avaliação.
Um traço comum entre essas visões díspares é manter o foco no longo prazo. À medida que políticas e o apetite para o risco mudam, estamos testemunhando uma grande mudança nos fluxos de capital que moldarão a paisagem de investimento para um mundo sem estímulo substancial de bancos centrais.
Marc Chandler, estrategista-chefe global de câmbio da Brown Brothers Harriman, gestora de mais de US$ 3 trilhões em ativos, acredita que essa sacudida geral force a saída de “investidores turísticos”, mas que os dólares menos volúveis ficarão.
“Esta é uma correção de longo prazo dos fluxos de capital que levará dois ou três anos para ser concluída”, diz ele.
Fonte: WSJ