No mercado mundial e também no Brasil, uma nova safra de fusões e aquisições vem ganhando corpo

após a crise financeira internacional. Esses rearranjos das corporações refletem a busca de formas mais competitivas de atuação. No entanto, o que impulsiona esses acordos ou torna um setor mais suscetível a movimentações?

Quando uma estratégia competitiva empregada por uma ou algumas empresas em determinado setor obtém efetivo sucesso, uma barreira é imposta aos demais concorrentes e também a possíveis novos entrantes. Essas barreiras podem estar sob a forma de economias de escala, diferenciação de produto, vantagem de custo (por exemplo, com integração vertical), necessidade de capital intensivo, acesso a canais de distribuição, etc. Somente haverá concentração se alguma barreira à entrada estiver levantada.

Adversidades temporárias podem empurrar concorrentes mais fracos para fora do mercado, porém ao menor sinal de recuperação essas empresas podem retornar à ativa. Por outro lado, mercados mais concentrados podem ser lucrativos para as empresas predominantes mesmo em tempos de crescimento mais lento, o que é um incentivo a mais para a concentração.

Inversamente, eventuais barreiras à saída podem trabalhar no sentido de desestimular associações entre empresas. Por exemplo, ativos duráveis, cujo difícil repasse reduz o número de potenciais compradores, podem ter valor tão diminuto para revenda que torne compensador aos olhos de seu proprietário continuar em atividade, apesar dos baixos retornos. Custos fixos de saída, como acordos trabalhistas e até mesmo razões emocionais dos proprietários ou diretores, podem dificultar a saída, apesar de perspectivas desfavoráveis quanto ao futuro.

Essas são análises cada vez mais pertinentes para se observar o que esta por vir. A crise financeira internacional em 2008 e 2009 encerrou um ciclo crescente fusões e aquisições. Rapidamente, porém, um novo ciclo já recomeçou.

Fonte: Portal Administrador.com por Marcelo Waideman